Os mortos de Loraille não descansam.
Artemisia não gosta muito de lidar com os vivos... Na companhia dos mortos, ela não precisa se preocupar com as fofocas sobre o seu passado e suas cicatrizes. É por isso que a jovem está treinando para se juntar às Irmãs Cinzentas, uma ordem de freiras encarregadas de purificar os corpos daqueles que morreram para que suas almas não retornem como espíritos famintos.
Quando seu convento é atacado por soldados possuídos, Artemisia é obrigada a usar a relíquia de uma santa para enfrentar o perigo. Dentro dessa relíquia reside o avejão, um espírito antigo, maligno e muito poderoso que ameaça possuir a jovem na primeira oportunidade. Controlar todo esse poder é quase impossível, mas a morte se alastra em Loraille e somente uma vespertina ― uma sacerdotisa treinada para manejar uma alta relíquia ― poderá impedir o pior. Só que a maior parte do conhecimento sobre as vespertinas se perdeu no tempo, e agora Artemisia não tem nenhuma opção além de buscar a ajuda do único ser que ainda se lembra delas: o próprio avejão.
À medida que os mistérios sobre os santos e suas relíquias são desvendados, a conexão de Artemisia com o avejão cresce. Quando um inimigo inesperado aparece, a jovem percebe que enfrentar esse mal pode muito bem obrigá-la a trair tudo o que acredita... Se o avejão não a trair primeiro.
RESENHA:
Após uma guerra que resultou na desolação da sociedade, os mortos precisam passar por um rito adequado, se não, suas almas se tornam espíritos de categorias diferentes, atormentando os vivos e causando horror por onde de passam. Durante um ataque ao convento em que serve, Artemísia vai ter que servir de receptáculo para uma relíquia, uma alma antiga e extremamente poderosa, e ser forte para não ser totalmente possuída se quiser salvar as pessoas ao seu redor, ou até mesmo o mundo.
Como Artemísia é incrível e bem construída! Uma personagem cheia de camadas e traumas, mas ao mesmo tempo tão corajosa, altruísta e cheia de fé no que acredita, é impossível não se envolver com ela e torcer a todo momento.
O Avejão, o espírito antigo e maligno que usa Artemísia como receptáculo, é sensacional! É um personagem tão fora da curva que o torna único e maravilhoso de acompanhar, os diálogos dele e da Artemísia são magníficos, e o desenvolvimento da relação dos dois é deslumbrante, mesmo ficando com um pé atrás durante a história toda.
Outro ponto que eu achei um refresco nessa fantasia é que Artemísia não tem interesse romântico, já é difícil o suficiente estar perto de outros seres humanos por conta de seus traumas, e a autora faz um trabalho incrível nesse quesito, tornando a jornada da nossa heroína fiel com quem ela é, até o fim.
A construção política e mágica da história é fascinante, por ser em volume único tive medo de que alguns pontos não fossem bem desenvolvidos, mas minhas expectativas foram muito bem atendidas, é muito legal ir descobrindo como tudo funciona, as cenas de ação são eletrizantes, e as reviravoltas da história realmente me pegaram de surpresa.
Os personagens secundários também me cativaram muito, mesmo não tendo tanto tempo no livro, ainda assim, são bem desenvolvidos nas cenas em que são inseridos, servindo de auxílio na jornada da nossa Artemísia.
Se você quer ler uma fantasia com um enredo totalmente diferente, eletrizante e que te deixe vidrado, recomendo muito Vespertina.
Nota: 5⭐️
Págs: 448
Recebido: @editoraliteralize
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